quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Venezuela lança moeda virtual para contornar sanções dos EUA

A Venezuela lançou, esta semana, uma cripto moeda própria, tornando-se no primeiro país a ter a sua versão da "bitcoin", a moeda digital. A iniciativa tem como objetivo levar o país a sair da recessão e permitir a emissão de dívida, proibida pelas sanções económicas impostas pelos Estados Unidos da América. O Governo de Nicolás Maduros afirma que o valor da "petro", o nome da nova moeda digital, está sustentando nas reservas petrolíferas da Venezuela, as maiores do mundo.
Apesar dos analistas recomendarem extrema cautela aos investidores, o presidente venezuelano garante que este será um investimento seguro. "Perante o Super Homem surgiu o Kryptonite perfeito: a cripto moeda 'Petro'. Nem mesmo o Super Homem pode derrubar a nossa criptomoeda", garante. A primeira emissão correspondeu a 100 milhões de unidades. Maduro garantiu que até ao final do ano haverá mais de 100 mil milhões de "petros" em circulação. O Parlamento venezuelano, com uma maioria de oposição, declarou nulo o decreto de emissão da "petro" alegando que é uma moeda "ilegal" e que viola a Constituição do país. Nas ruas, as dificuldades continuam. O setor da saúde é um dos mais afetados. Exemplo disso, a falta de medicação tem levado à morte de cada vez mais transplantados devido à rejeição de órgãos, como explica a diretora do Instituto Nacional de Transplantes, Lucila Velutini. "Neste momento, há mais de 17.000 pessoas em diálise e há mais de 3.500 pacientes transplantados. Destes 3.500, 10 por cento correm o risco de terem um órgão rejeitado por não tomarem a medicação a tempo, como deveriam estar a fazer." O Governo venezuelano tem recusado a ajuda internacional, como a oferecida pelo vizinho Brasil, no início de fevereiro, pois receia que por detrás do apoio esteja a ser configurada uma violação da soberania nacional.

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