quarta-feira, novembro 14, 2018

A TAP e os erros de análise com as ilhas

A TAP comete um erro quando gere a linha da Madeira, em termos comerciais e de fixação de tarifas, da mesma forma que gere comercialmente outras linhas de médio curso na Europa, Madrid, Barcelona, Paris por exemplo, com aproximadamente a mesma durabilidade de voo, praticando neste caso tarifas que são, 5, 6 ou 7 vezes inferiores às praticadas na Madeira e nos Açores.
A TAP esquece-se - mas como o presidente é estrangeiro até admitimos que ele deva receber lições sobre coesão territorial nacional, e obrigações de serviço público que no Brasil podem não existir mas aqui sim - que a Madeira e os Açores são parcelas integrantes de Portugal, apesar da distância e da insularidade das mesmas. Esquece-se que não pode colocar num mesmo patamar de análise, em todos os parâmetros considerados, voos entre Lisboa e Porto ou Faro, porque enquanto nestas cidades continentais as pessoas se quizeresm podem ir de carro, de comboio ou a pé, no caso das ilhas a alternativa - não havendo um barco rápido e cómodo - é ir a nado. É isto que a TAP e o seu presidente estrangeiro se esquecem e é isto que os administradores, executivos ou não executivos (continuo em saber para que servem e porque existem), precisam de ter presente quando abordam a problemática das ligações entre o Continente e as ilhas. Para não falar do turismo nacional e do seu impacto na Madeira e nos Açores e nos preços exorbitante que são praticados se um passageiro viajar fora dos pacotes que as agências de viagens comercializam ou das promoções que a própria TAP divulga ao longo do ano. Se o brasileiro do TAP e sua corte "versalhiana" entenderem isto, se perceberem de uma vez por todas que a insularidade é uma realidade diferente e cheia de constrangimentos, provavelmente muitos dos problemas serão superados. Enquanto isso não acontecer, certas manobras - como aconteceu esta semana com passagens da TAP, Funchal-Lisboa-Funchal, a preços razoáveis mas para serem realizadas (discricionária e discriminadamente) apenas nos primeiros ou nos últimos voos do dia em Dezembro, não passam de manobras divertidas para tentar atenuar os efeitos negativos de audições parlamentares que se revelaram desastrosas e que deveriam ter sido melhor preparadas.

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