sábado, novembro 10, 2018

PSD-Madeira: Rubina Leal no secretariado é errado

Li hoje no DN-Madeira que Rubina Leal pode vir a integrar o secretariado ao PSD-Madeira a ser eleito no congresso regional laranja do final do ano. Acho isso um erro. Não por Rubina Leal, mas pelos motivos político-partidários que vou explicar. Sem colocar em causa a necessidade urgente de mudanças neste importante órgão partidário - até porque muitos dos problemas do partido, em termos de mobilização e eficácia no terreno, passam porventura por ele e pela necessidade de uma outra forma de estar e de operacionalidade junto das bases (que são o alimento essencial para que um partido se mantenha mobilizado e empenhado), considero, mas esta minha opinião é meramente pessoal e vale o que vale, que este cenário é absolutamente inaceitável, neste momento.
Vamos a factos.
Historicamente os membros do secretariado do PSD-M nunca desempenharam outros cargos partidários, exactamente para que fosse garantida a isenção e o distanciamento em relação a todas as estruturas partidárias de base. Não quero com isto dizer que isso seja regra estatutária ou mesmo regulamentar ou sequer uma obrigação. Cada líder partidário - porque é ele que faz as escolhas e é ele a responder em caso de sucesso ou fracasso - pensa o que bem entender, e decide em conformidade com essa sua lógica, mas acho que é razoável que essa perspectiva fosse mantida.
Rubina Leal, pouco tempo depois de ter sido derrotada nas autárquicas de 2017 no Funchal, foi eleita para a liderança da Comissão Política Concelhia do PSD-Funchal. Ora sabendo-se o peso que essa estrutura concelhia tem - porque o Funchal pode ser decisivo na definição de qualquer resultado eleitoral, apenas por ser o concelho com mais eleitores - o envolvimento de RL em actividades do Secretariado fará com que ela não se concentre naquilo que deve ser o mais importante para ela, podendo pôr causa devido a uma  dispersão de responsabilidades a eficácia da estrutura funchalense que depois da derrota autárquica, precisa de ser acompanhada de perto. E de que maneira!
Por isso, das duas uma: ou esta ideia vai para a frente e o PSD-M corre sérios riscos políticos de voltar a bater contra a parede, graças a opções internas erradas, ou Rubina Leal fica apenas a liderar a CPC do Funchal (integrando ainda a Comissão Política Regional), que por si só vale mais do que integrar o secretariado. Tenho a certeza que a coordenação política da CPC do Funchal exige muito e propicia suficientes preocupações, ainda por cima num ano triplamente eleitoral - e é bom que não se esqueçam disso - desafios que em meu entender serão os mais importantes de sempre, porque 2019 pode transformar-se num desafio fundamental para o futuro do PSD-M. Se não interiorizarem esta evidência, então alguma coisa está realmente mal. E sou o primeiro a lamentar (LFM)

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