A
promoção turística da Madeira tem que continuar a merecer toda a prioridade e
atenção. A Madeira não pode baixar os braços neste domínio, porque a
concorrência, muita dela localizada bem perto de nós, continua sempre viva e
agressiva. Não sendo especialista no sector, parece-me contudo, pelo que leio
ou vejo, que a teoria da recuperação de alguns mercados turísticos no norte de
Africa e nalguns países árabes, que habitualmente chamam a atenção de
operadores turísticos europeus (sobretudo pelos preços baixos praticados),
continuam marcados pela dúvida e pela instabilidade mais ou menos adormecida,
apesar de nos últimos tempos não se conhecerem muitos casos que possam afectar
as apostas turísticas destes países.
A
Madeira precisa de apostar em novos mercados ao mesmo tempo que deve fazer
todos os esforços possíveis para manter os mercados tradicionais. Mas apostar
em mercados que garantam a rentabilidade da actividade em geral e da hotelaria
em particular. Julgo, até prova em contrário, que dificilmente conseguiremos
atrair turistas, em número significativo, de países longínquos (longo curso),
quando as nossas apostas são para o médio curso, ou seja, países europeus que
estão a 2, 3 ou 4 horas de voo do Funchal.
Espera-se
que o Brexit não tenha impacto negativo no sector, porque os ingleses são um
dos nossos mais antigos e importantes mercados turísticos geradores de entradas
e dormidas. Julgo essencial, até pela crescente importância do turismo na nossa
economia, que a par da formação profissional de novos quadros e de novos
recursos humanos, com a exigência qualitativa que se deseja, sejam garantidos
meios financeiros essenciais à promoção particularmente a agência de promoção
da Madeira que dificilmente fará "omeletas sem ovos".
A
promoção interessa a todos, e dela todos beneficiam, pelo que me parece que da
parte dos privados deveria haver um envolvimento mais entusiástico neste
domínio, sem colocar em causa os mecanismos comerciais que cada unidade
hoteleira possui, os acordos com operadores, que nalguns casos têm décadas de
vigência, etc.
Pessoalmente
acho que o turismo é um sector que exige diálogo constante entre os parceiros e
protagonistas envolvidos nesta actividade económica, entre entidades públicas e
privados, para que desse diálogo e troca de ideias nasçam as melhores opções e
sejam tomadas as decisões mais acertadas.
Refira-se
que a agência de promoção da Madeira disporá em 2019 de um orçamento de 9,8
milhões de euros, mais 13% que em 2018, dos quais 8,7 milhões para promoções
directas junto dos mercados geradores de turismo, Destes, cerca de 3,3 milhões
de euros serão canalizados no Reino Unido, Alemanha e Portugal, apostas que me
parecem adequadas embora os meios financeiros devessem ser reforçados.
O
orçamento da agência de promoção da Madeira é da responsabilidade do Governo
Regional, em 71,6%, do Turismo de Portugal em 19,7% e dos privados apenas em
8,7%. (LFM)
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