O JM anuncia hoje que o Grupo Pestana decidiu encerrar três unidades
hoteleiras na ilha dourada, como reflexo dos fracos resultados obtidos no
inverno de 2018, com os funcionários a entrarem agora de férias. A autarquia
local lamenta e contesta a decisão. Obviamente que isto é mais do mesmo, é uma
decisão previsível e que exige que em vez de protestos repetitivos e vazios que
nada resolvem, se tomem medidas que dinamizem a economia no Porto Santo e que
se combata, de facto, com medidas eficazes e não com paleio, a sazonalidade que muitos não gostam de ouvir mas que é uma realidade incontornável.
E outros hotéis da Ilha Dourada que no passado tomaram a mesma decisão
provavelmente não o fazem agora porque continuam a beneficiar de alguns
contratos com operadores - a preços que tornam o negócio hoteleiro fora do
período de Verão num pesadelo... Ninguém pode obrigar um investidor a ter uma
unidade hoteleira aberta num determinado período do ano em que escasseiam as
pessoas, em que a ilha não oferece nada dos visitantes a não ser a praia, só
para fazer o frete aos políticos locais, acumular gostosamente prejuízos
diários que ninguém suporta a não ser o próprio ou iludir as pessoas quanto à
realidade ali existente.
O que o Porto Santo precisa é de
medidas concretas, não de esmolas para os seus habitantes ou de
"antibióticos" para resolver casos pontuais até que nova maleita
apareça mais tarde. Uma ilha com dificuldades nos transportes aéreos, apesar da
melhoria dos meios disponibilizados, com problemas como este - de ficar privada
de um barco por causa da sua necessária manutenção sem que seja encontrada
obrigatoriamente uma alternativa - que não consegue arranjar emprego para os
jovens que ali vivem de que esbarram com a incerteza da sobre o seu futuro e a convicção de que para poderem sonhar terão que sair da sua própria terra, é uma ilha que precisa de soluções estáveis e duradouras.
Uma vez escrevi que o Porto
Santo era refém das tretas de Verão. Não gostaram. Lembro-me bem desse dia.... Políticos em férias fazem sempre
declarações pomposas, assumem compromissos, fazem promessas, mostram alegado
interesse em resolver problemas concretos, abrem a "cremalheira" para
as fotos de jornais ou imagens de TV mas depois, quando as férias acabam,
rapidamente esquecem durante um ano a Ilha Dourada.
Eu disse, e mantenho, que o Porto Santo precisa de se unir, precisa de
debater a sua realidade, sem complexos, assumindo tudo, o positivo e o lado
negativo, virtudes e defeitos, etc. O Porto Santo precisa de uma actividade
comercial local mais arrojadas, moderna, desenvolvida e estabilizada, precisa
de cuidar da oferta aos residentes e visitantes, precisa de ter serviços
complementares para o turismo diversificados e funcionais, precisa de virar-se
a sério para o mar, precisa, numa expressão, de se reunir à volta de uma mesa e
saber discutir, uns com os outros, todos. O que esperam as forças vivas do
Porto Santo para promoverem um encontro, um congresso, um debate, uma
conferência, chamem o que lhe quiserem, virada para o futuro, apostada no positivo, capaz de identificar os problemas concretos e propor medidas
concretas, devidamente enquadradas, sincronizadas - por exemplo medidas
fiscais mais apetecíveis ainda que atraiam pessoas e empresas - não proposta
isoladas, descontextualizadas e sem exequibilidade. Enquanto isso não for feito
teremos as habituais guerras entre protagonistas locais do costume, os mesmos
de sempre, movidas pelas vaidades e ambições pessoas, conflitos entre as tretas
dos partidos - alguns só se ouvem nas campanhas eleitorais - etc. Tentem por
favor organizar essa iniciativa que vai interessar a todos, que pode abrir
outras portas, outra esperança, outro futuro ao Porto Santo. Antes que seja
tarde demais (LFM)
Sem comentários:
Enviar um comentário