sexta-feira, janeiro 18, 2019

PSD-Madeira: o congresso do reencontro

O Congresso do PSD-Madeira que amanhã se inicia no Funchal tem que ser o congresso do reencontro do partido consigo próprio, com a sua história e o seu legado, de alto abaixo, sem deixar ninguém de fora, sem julgar seja quem for, sem distorcer processos internos de decisão e de escolhas, sobretudo quando associadas a momentos eleitorais.
O que se passou em 2015 e 2017 acho que deve ter constituído exemplo e um alerta para que os mesmos erros não se repitam e queiram votos sem terem como candidatos pessoas que sejam credoras desse apoio social.
Continuo a pensar que o PSD precisa de um outro modelo de relacionamento com as estruturas de base - freguesias e concelhos - e acho importante a entrada de Rui Coelho e Rui Nunes no secretariado, pela experiência de têm, de muitos anos, do terreno e do pulsar das bases do partido. A significativa redução de recursos financeiros externos, depois de um debate demagógico e populista em torno das alegadas "mudanças" no sistema político, acabaram por aumentar o distanciamento entre os partidos e as bases - e falo num ou 2 partidos porque os demais não têm representação militante organizada fora do Funchal e de mais um ou outro concelho - e isso tem que ser resolvido sobretudo num ano triplamente eleitoral em que os dirigentes de qualquer partido não podem permitir que seja dada a ideia de que as bases, os chamados militantes de base, são apenas recordados quando há campanhas e é preciso mobilizar equipas para o terreno.
Outra matéria que tem que merecer atenção especial e atenta tem a ver com a comunicação política (partidária) e institucional. Há quem pense - erradamente - que as coisas se resolvem nas redes sociais, organizando um exército de "respondedores-comentadores" ou socorrendo de perfis falsos criados em períodos eleitorais. Isso é tudo treta e o mundo das "fake news", que afectaram vários actos eleitorais por esse mundo fora, e a uma outra escala, no caso português não se compara em nada ao que aconteceu nos EUA, no Brexit, no Brasil, etc. Nada disso. Tenho a sensação de que apesar da ânsia mediática crónica de alguns protagonistas, a "guerra" comunicacional, político-partidária e institucional, está longe de estar a ser ganha nos últimos dois anos. Não podemos olhar para esta área como se se tratasse de uma operação de marketing comercial de venda de sabonetes. A comunicação política veicula mensagens, ideias, propostas, suscita reflexões, promove debates, comenta, critica terceiros, etc. A comunicação institucional mostra o que é feito, explica o que é feito, pensado e decidido,mas socorrendo-se de uma linguagem acessível, virada para as pessoas em geral e não apenas para as elites ou para preencher espaços nas páginas dos jornais ou nos noticiários radiofónicos ou televisivos. É o que eu penso como um outsider que recusa ver um partido como o PSD-Madeira, com a sua história e responsabilidades, temer seja o que for e, mais do que isso, duvidar de si próprio e do que vale.
Se a unidade - e parece que isso finalmente vai acontecer - for construída neste congresso os adversários do PSD-Madeira que se cuidem porque não são as sondagens nem pos média a resolver resultados eleitorais. Quem resolverá isso serão as pessoas, no momento próprio e votando em liberdade, com pragmatismo, escolhendo em função do que importa à Madeira e à defesa da Autonomia que entendo estar de novo sob ameaças. O resto é conversa da treta e propaganda manipuladora. E nada melhor para começar do que ouvir as bases, de fazê-las falar aberta e sinceramente e encontrar as respostas para generalizar o trabalho que eu sei que algumas estruturas de base estão a realizar, por iniciativa própria, nos últimos tempos, envolvendo de novo pessoas que tinham sido deliberadamente ostracizadas nas suas áreas de residência, muitas delas cujo único crime foi o de ter apoiado nas directas der 2014 alguns dos candidatos derrotados ou de terem integrado as equipas partidárias lideradas por João Jardim. Acho que esses tempos passaram e que este Congresso será, de facto, o congresso do reencontro e da motivação, da mobilização e da esperança e da convicção (LFM)

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