Quase metade dos voos da TAP, operados ao longo de 2018,
aterraram com atraso. Estes dados tornam a TAP a companhia que mais se atrasou
no ano passado. A companhia
aérea nacional, a TAP, reuniu, em 2018, a maior percentagem de voos atrasados a
nível mundial, revelam os dados cedidos pela OAG, consultora especializada no
setor da aviação, à Bloomberg. No ano passado, 43,4% dos voos da TAP chegaram
ao destino com um atraso superior a 15 minutos. Questionada pela Bloomberg
acerca da justificação para esta situação, a companhia alegou "grandes
constrangimentos estruturais" no aeroporto de Lisboa. Para fazer face aos
mesmos, garantiu estar a cooperar com o operador dos aeroportos, a ANA, para
conseguir investimento.
Para
além destes esforços, a TAP indicou à Bloomberg que teria reforçado a frota com
três aeronaves adicionais, aumentado o número de contratações ao nível dos
pilotos e das equipas a bordo, melhorado os procedimentos de embarque, revisto
os horários e assinado acordos essenciais com os sindicatos. De acordo com a
companhia, estas medidas permitiram melhorias em termos de pontualidade e menos
cancelamentos.
No
ranking das operadoras aéreas que mais se atrasaram no ano passado, segue-se a
Cebu Pacific (Filipinas), perto da portuguesa com uma taxa de atraso de 41,6%.
A Pakistan Internacional exibe uma fatia de 40,6% que lhe confere o terceiro
lugar.
As
únicas europeias que integram o ranking, para além da TAP, são o braço
britânico da Norwegian Air e a Czech Airlines. O ranking sugere que o
lançamento de voos intercontinentais a um preço mais baixo pode ter afetado o
desempenho das companhias que optaram por esta via – como é o caso da Norwegian
Airlines – pois têm menos soluções de reserva para enfrentar os imprevistos.
A falta
de pontualidade da companhia aérea portuguesa não tem, contudo, afetado pela
negativa apenas os clientes: a 15 de Novembro, o presidente executivo (CEO) da
TAP, Antonoaldo Neves, disse, em Vila Nova de Gaia, que os atrasos na TAP no
ano passado custaram mais 40 milhões de euros do que em 2017.
Além das
queixas dos clientes, também entidades como a Associação Portuguesa das
Agências de Viagens e Turismo (APAVT) têm dirigido fortes críticas à companhia
aérea. "O nosso maior problema, neste momento, é a 'performance' da TAP.
Isso é que nos preocupa, porque é a má 'performance' da TAP que temos de gerir
todos os dias junto dos nossos clientes. Neste momento, a TAP à cabeça tem uma
'performance' de pontualidade muito, muito desagradável", afirmou Pedro
Costa Ferreira em declarações à Lusa, a propósito do 44.º Congresso Nacional da
APAVT que decorreu em novembro, em Ponta Delgada, nos Açores (jornal de
Negócios)
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