sábado, janeiro 12, 2019

Temas para 2019: Aeroporto da Madeira


Embora condicionado às condições atmosféricas é de prever que o aeroporto do Funchal continue em 2019, tal como aconteceu em 2017 e 2018 (e não vou perorar em torno do complexo tema das alterações climáticas que se fazem sentir um pouco por todo o mundo), a marcar presença nas primeiras páginas dos jornais e na agenda mediática e política, esta por arrastamento. O tema da operacionalidade no aeroporto da Madeira não se compadece com demagogias e discursos populistas para agradar uns em detrimento de outros, ou simplesmente para dar nas vistas ou alimentar vaidades pessoais.
A segurança dos passageiros é da responsabilidade das companhias aéreas, independentemente das regras operacionais que cada aeroporto tenha. Nenhum aeroporto pode impor às companhias aéreas que nele operam regras de operacionalidade que estas entendam poder colocar em causa padrões internos de segurança. E nenhum tribunal se envolverá no assunto. Por isso, acho que esta discussão tem sido feita de forma errada, absurda por vezes, envolvendo protagonistas errados, porque não acredito que as companhias aéreas possam ser obrigadas a aceitar condições operativas que venham a ser revistas. Lamento que a pressão política esteja a distorcer o tema e a manipular a discussão. Lamento que tenhamos pessoas, a começar por mim, que não sendo especialistas, puxam cada um para o seu lado, perorando ou enviando "bitaites" como se qualquer decisão dependesse do que cada um de nós pensa, acha ou quer.
Quanto mais discreto o assunto for abordado, quanto mais tecnicamente o tema for analisado e decidido melhor. Não precisamos de mediatizar um tema complexo, demasiado complexo e sério para ser usado como bandeira partidária. Ainda por cima quando é mais do que evidente que, salvo os grupos organizados pelos partidos para actuarem nas redes sociais, incluindo na fabricação deliberada de "fake-news", ninguém acredita em nada do que os políticos dizem sobre este tema. A segurança das pessoas é a maior obrigação. E a Madeira - ai de nós - não pode correr riscos de enfrentar qualquer contrariedade por causa de aventureirismos no aeroporto do Funchal que poriam em causa um destino turístico como o nosso que depende essencialmente dos transportes aéreos. E muito menos porque há políticos e outros "especialistas" (coloco-me no grupo dos ignorantes sobre esta matéria) que acham que operar com ventos de 40 ou 50 ou mais quilómetros e rajadas de 40 ou mais quilómetros no aeroporto do Funchal é coisa menor...
Alguém sabe o que pensam as companhias como a Boeing ou a Airbus sobre as especificidades operacionais no aeroporto do Funchal e sobre as condições de operação que os seus aparelhos (usados no Funchal) podem suportar sem causar transtornos aos passageiros e sem transformar uma aterragem no Funchal num pesadelo?
Acho que mais importante, pelo que se passou em 2017 e 2018, é criar um plano de resposta nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, para que em qualquer eventualidade, responda com eficácia e não permita a bagunça caótica que ali se instala, com os passageiros entregues à sua sorte, muitos deles abandonados pelas companhias, sem informação, sem voos, sem saberem o que fazem, etc. Esse plano de contingência, pelo menos teoricamente, tem que ser elaborado, deve ser rapidamente produzido para que a resposta adequada, a cada caso - porque cada caso é um caso e tem a dimensão que tem - até pela garantia de que é possível com alguma antecedência prever a proximidade de problemas ou restrições operacionais com implicações em milhares de pessoas.
Recomendo à comunicação social regional que tente desenvolve uma questão que Fernando Pinto abordou no parlamento regional, a alegada realização de testes por parte da Airbus, no aeroporto do Funchal e com o vento acima dos actuais limites, e que segundo ele “não correram nada bem” (LFM)

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