Embora
condicionado às condições atmosféricas é de prever que o aeroporto do Funchal
continue em 2019, tal como aconteceu em 2017 e 2018 (e não vou perorar em torno
do complexo tema das alterações climáticas que se fazem sentir um pouco por
todo o mundo), a marcar presença nas primeiras páginas dos jornais e na agenda
mediática e política, esta por arrastamento. O tema da operacionalidade no
aeroporto da Madeira não se compadece com demagogias e discursos populistas
para agradar uns em detrimento de outros, ou simplesmente para dar nas vistas
ou alimentar vaidades pessoais.
A
segurança dos passageiros é da responsabilidade das companhias aéreas, independentemente
das regras operacionais que cada aeroporto tenha. Nenhum aeroporto pode impor
às companhias aéreas que nele operam regras de operacionalidade que estas
entendam poder colocar em causa padrões internos de segurança. E nenhum
tribunal se envolverá no assunto. Por isso, acho que esta discussão tem sido
feita de forma errada, absurda por vezes, envolvendo protagonistas errados,
porque não acredito que as companhias aéreas possam ser obrigadas a aceitar
condições operativas que venham a ser revistas. Lamento que a pressão política
esteja a distorcer o tema e a manipular a discussão. Lamento que tenhamos
pessoas, a começar por mim, que não sendo especialistas, puxam cada um para o
seu lado, perorando ou enviando "bitaites" como se qualquer decisão
dependesse do que cada um de nós pensa, acha ou quer.
Quanto
mais discreto o assunto for abordado, quanto mais tecnicamente o tema for
analisado e decidido melhor. Não precisamos de mediatizar um tema complexo,
demasiado complexo e sério para ser usado como bandeira partidária. Ainda por
cima quando é mais do que evidente que, salvo os grupos organizados pelos
partidos para actuarem nas redes sociais, incluindo na fabricação deliberada de
"fake-news", ninguém acredita em nada do que os políticos dizem sobre
este tema. A segurança das pessoas é a maior obrigação. E a Madeira - ai de nós
- não pode correr riscos de enfrentar qualquer contrariedade por causa de
aventureirismos no aeroporto do Funchal que poriam em causa um destino turístico
como o nosso que depende essencialmente dos transportes aéreos. E muito menos
porque há políticos e outros "especialistas" (coloco-me no grupo dos
ignorantes sobre esta matéria) que acham que operar com ventos de 40 ou 50 ou
mais quilómetros e rajadas de 40 ou mais quilómetros no aeroporto do Funchal é
coisa menor...
Alguém
sabe o que pensam as companhias como a Boeing ou a Airbus sobre as
especificidades operacionais no aeroporto do Funchal e sobre as condições de operação
que os seus aparelhos (usados no Funchal) podem suportar sem causar transtornos
aos passageiros e sem transformar uma aterragem no Funchal num pesadelo?
Acho
que mais importante, pelo que se passou em 2017 e 2018, é criar um plano de
resposta nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, para que em qualquer
eventualidade, responda com eficácia e não permita a bagunça caótica que ali se
instala, com os passageiros entregues à sua sorte, muitos deles abandonados
pelas companhias, sem informação, sem voos, sem saberem o que fazem, etc. Esse
plano de contingência, pelo menos teoricamente, tem que ser elaborado, deve ser
rapidamente produzido para que a resposta adequada, a cada caso - porque cada
caso é um caso e tem a dimensão que tem - até pela garantia de que é possível
com alguma antecedência prever a proximidade de problemas ou restrições
operacionais com implicações em milhares de pessoas.
Recomendo
à comunicação social regional que tente desenvolve uma questão que Fernando
Pinto abordou no parlamento regional, a alegada realização de testes por parte
da Airbus, no aeroporto do Funchal e com o vento acima dos actuais limites, e
que segundo ele “não correram nada bem” (LFM)
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