sábado, janeiro 12, 2019

Temas para 2019: Hospital da Madeira e o novo Hospital Privado


O sector da saúde será em 2019 um dos que estará mais em foco na Madeira. Por razões e motivos diferentes.
Politicamente, porque sendo um ano eleitoral, é inevitável que as fragilidades funcionais do sector e as suas carências, serão a principal bandeira eleitoral a agitar por todos os partidos que precisam de uma muleta para serem falados no espaço mediático onde as banalidades repetitivas cabem cada vez menos. Porventura porque os partidos acham que a saúde será uma fonte de rendimentos apetecível - neste caso de votos - mas cabe ao poder responder de forma concreta e neutralizar por antecipação, com recurso a uma política de comunicação mais eficaz (que tem que ser muito diferente da actual, menos institucional e mais esclarecedora e interventiva) essa agenda mediática e política dedicada à saúde.
O lançamento do concurso e da obra de construção do novo Hospital da Madeira é importante, porventura o acontecimento mais importante da RAM em termos de calendário das obras públicas. Uma obra que demorará alguns anos a ser concretizada e que não pode, nesse período, colocar em causa o funcionamento do sistema da saúde na Madeira. Admito que possamos correr o risco das pessoas, sobretudo nalguns centros de decisão, acreditarem que o novo Hospital da Madeira será a varinha de condão que operará milagres e que tudo resolverá.
Certamente que será uma obra importante, mas até que ela seja uma realidade há que garantir resposta que os utentes esperam e precisam.
A construção do novo Hospital Privado da Madeira - que entrará em funcionamento em 2019 - representa uma mais-valia para a Madeira. E que deve ser aproveitada, se necessário for, pelo sector público, até que a capacidade de resposta da Região aumente e melhore com o novo Hospital público.
Eu sei que há sempre uma campanha de desconfiança contra quem, como eu, defende que neste contexto, uma relação entre o sector público e o Hospital privado, numa lógica de complementaridade e com um prazo de validade definido, poderá superar algumas eventuais carências que possam existir. Isso não cabe a mim decidir. Se a RAM entender que a estrutura que possui em funcionamento responde de forma célere e eficaz às necessidades da saúde - incluindo a velhíssima, ultrapassada e caduca estrutura do Hospital dos Marmeleiros e o pressionado Hospital Nélio Mendonça a funcionar quase nos limites - e que não precisa de qualquer acordo - para além dos que já subscreveu com várias entidades privadas - então deixemos tudo na mesma, mas deixa de haver "justificação" quando os falhanços começarem a surgir.
Não acredito que um acordo, caso seja necessário, entre o Hospital Privado da Madeira e a Região seja uma ameaça para a saúde regional, sobretudo quando a prioridade é aumentar a capacidade de resposta e garantir a celeridade dos diferentes serviços hospitalares. Admito contudo que existam outras opiniões e que a minha esteja errada. Não vou brigar sobre isso, mas é óbvio que há condicionamentos, limitações e carências na saúde regional que apenas o novo Hospital da Madeira vai suprir (LFM)

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