O
sector da saúde será em 2019 um dos que estará mais em foco na Madeira. Por
razões e motivos diferentes.
Politicamente,
porque sendo um ano eleitoral, é inevitável que as fragilidades funcionais do
sector e as suas carências, serão a principal bandeira eleitoral a agitar por
todos os partidos que precisam de uma muleta para serem falados no espaço
mediático onde as banalidades repetitivas cabem cada vez menos. Porventura
porque os partidos acham que a saúde será uma fonte de rendimentos apetecível -
neste caso de votos - mas cabe ao poder responder de forma concreta e
neutralizar por antecipação, com recurso a uma política de comunicação mais
eficaz (que tem que ser muito diferente da actual, menos institucional e mais
esclarecedora e interventiva) essa agenda mediática e política dedicada à
saúde.
O
lançamento do concurso e da obra de construção do novo Hospital da Madeira é
importante, porventura o acontecimento mais importante da RAM em termos de
calendário das obras públicas. Uma obra que demorará alguns anos a ser
concretizada e que não pode, nesse período, colocar em causa o funcionamento do
sistema da saúde na Madeira. Admito que possamos correr o risco das pessoas,
sobretudo nalguns centros de decisão, acreditarem que o novo Hospital da
Madeira será a varinha de condão que operará milagres e que tudo resolverá.
Certamente
que será uma obra importante, mas até que ela seja uma realidade há que
garantir resposta que os utentes esperam e precisam.
A
construção do novo Hospital Privado da Madeira - que entrará em funcionamento
em 2019 - representa uma mais-valia para a Madeira. E que deve ser aproveitada,
se necessário for, pelo sector público, até que a capacidade de resposta da
Região aumente e melhore com o novo Hospital público.
Eu
sei que há sempre uma campanha de desconfiança contra quem, como eu, defende que
neste contexto, uma relação entre o sector público e o Hospital privado, numa lógica
de complementaridade e com um prazo de validade definido, poderá superar
algumas eventuais carências que possam existir. Isso não cabe a mim decidir. Se
a RAM entender que a estrutura que possui em funcionamento responde de forma
célere e eficaz às necessidades da saúde - incluindo a velhíssima, ultrapassada
e caduca estrutura do Hospital dos Marmeleiros e o pressionado Hospital Nélio
Mendonça a funcionar quase nos limites - e que não precisa de qualquer acordo -
para além dos que já subscreveu com várias entidades privadas - então deixemos
tudo na mesma, mas deixa de haver "justificação" quando os falhanços
começarem a surgir.
Não
acredito que um acordo, caso seja necessário, entre o Hospital Privado da
Madeira e a Região seja uma ameaça para a saúde regional, sobretudo quando a
prioridade é aumentar a capacidade de resposta e garantir a celeridade dos
diferentes serviços hospitalares. Admito contudo que existam outras opiniões e
que a minha esteja errada. Não vou brigar sobre isso, mas é óbvio que há
condicionamentos, limitações e carências na saúde regional que apenas o novo
Hospital da Madeira vai suprir (LFM)
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