sábado, janeiro 12, 2019

Temas para 2019: Subsídio de mobilidade


Vai continuar a ser, infelizmente, um dos calcanhares de Aquiles das discussões políticas em 2019. Não propriamente pelo modelo - porque é melhor do que o anterior em termos de reembolso - nem sequer pela desconfiança tonta e patética sobre os cartões de crédito "versus" pagamentos multibanco (um assunto que me mete nojo). Falo dos custos astronómicos que representa para o Orçamento de Estado - um membro do governo da geringonça alertou para valores anuais da ordem dos 40 milhões de euros no final de 2018 o que dispensa mais comentários, sobretudo quando se pretende apurar a importância do modelo para...as companhias aéreas.
É fácil perceber: se temos a TAP e a Easyjet a cobrar para percursos tipo Lisboa-Paris, Lisboa-Roma ou Lisboa-Londres, com duração semelhante à da Madeira, ou mais distante ainda, valores entre os 50 e os 60 euros (dois sentidos) e praticam para o Funchal valores da ordem dos 200, 300, 400 ou mesmo 500 euros para apenas 90m de voo, acho que não precisamos dizer mais nada quanto à rentabilidade deste tarifário especulativo, autêntica roubalheira com a escandalosa cumplicidade do Estado geringonçal e pagador.
Estamos perante uma forma de financiamento encapotado e indireto de companhias aéreas, repito, com a cumplicidade do Estado geringonçal que não pode andar a disfarçar a realidade com outras histórias idiotas para desviar a atenção das pessoas do essencial. O Estado geringonçal não tem hoje capacidade de pressionar as companhias aéreas, aliás as ameaças que uma dela fez - caso alterassem procedimentos com a aplicação do subsídio de mobilidade é reveladora - parece que incomodaram Lisboa, que recusou, apesar de sabermos que é ela quem precisa de resolver essa pouca vergonha que é termos uma companhia aérea de bandeira, alegadamente pública - na realidade o Estado geringonçal tem apenas 51% do capital social, depois do frete dos socialistas ao PC e Bloco por causa das mordomias e interesses sindicais na empresa e cuja privatização colocou em causa - quando na realidade estamos perante uma companhia gerida por privados, que pretende - e bem - dar lucros e em relação á qual o Estado geringonçal não quer ter qualquer encargo, independentemente das proibições impostas por Bruxelas quanto uma qualquer injeção de capitais na empresa.
A relação entre o subsídio de mobilidade para a Madeira e os Açores e o financiamento de companhias como a TAP, SATA, Easyjet, Transavia e Ryanair faz com que este assunto continue na agenda, e que em 2019, por ser ano eleitoral, as críticas em torno do tema - à falta de outro - se intensificarão. Mas tal como aconteceu até hoje, "os cães (nós todos) ladram mas a caravana (a realidade) passa", porque de facto nada foi resolvido neste domínio.
A presença de Antonaldo no parlamento regional e mais recentemente de Fernando Pinto – ambos para falarem deste tema – mostrou que a TAP não está disposta a ceder em nada e que qualquer alteração que seja feita nesta matéria vai encontrar dificuldades. Foi absolutamente patético ouvir Fernando Pinto negar que a TAP receba subsídios públicos desde 2008 - está proibida por Bruxelas – e disse mesmo que o subsídio de mobilidade era um apoio dado pelo governo aos passageiros das ilhas. Patética esta lógica de gestores brasileiros importados que não entendem a realidade insular e os constrangimentos da insularidade (LFM)

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