sexta-feira, março 15, 2019

30 anos de WWW e um novo líder nacional

Tim Berners-Lee criou a World Wide Web há 30 anos, motivo para uma análise da Marktest sobre a expressão do mobile como plataforma de web. Comemora-se oficialmente no dia 12 de março os 30 anos da World Wide Web: três décadas de revolução profunda no quotidiano de todos e no acesso e partilha de informação. Se, nos primórdios, a WWW ia progressivamente ligando dados em mainframes e pesados computadores desktop, rapidamente se expandiu acompanhando a democratização dos computadores pessoais e, também progressivamente, alargou a sua disponibilidade a outra grande revolução digital: a plataforma mobile, que hoje é ubíqua e disponível em qualquer momento ou lugar. Aproveitamos esta comemoração para analisar alguns dados Marktest sobre a expressão do mobile como plataforma de web. Ao longo destes 30 anos, os computadores pessoais foram alterando a sua hegemonia como plataforma de acesso à Web. A revolução mobile veio desafiar esse domínio, conseguindo quotas crescentes, especialmente nos últimos anos. Em Portugal, o mobile estreou-se como líder no total de Pageviews auditados netAudience durante o pico de férias do ano passado – agosto, com uma quota de 51.5%. O tráfego PC voltou a liderar com o retorno dos portugueses ao ritmo de trabalho dos meses seguintes, mas mantendo a sua trajectória descendente.

No Natal - 2º período - mais forte de férias anuais- o mobile volta a conquistar a primeira posição (50.4%). Mas agora não volta a perder o topo do pódio, mesmo com a entrada do novo ano e o retomar do trabalho. 2019 parece, assim, vir a ser o primeiro ano em que a liderança do mobile será plena. Nos dois primeiros meses, o PC não ultrapassa os 49%. E, se atendermos à tendência de longo prazo manifesta deste março de 2015 (ver gráfico), os computadores pessoais deverão manter a tendência decrescente. Esta tendência não é, naturalmente, uma particularidade do mercado nacional. Indicadores internacionais globais e também por países, apresentam a mesma tendência.
Se compararmos os dados lusos com os de outros países europeus, constatamos que a principal diferença será o desfasamento temporal no atingir de cada quota. Por exemplo, na comparação com a Bélgica (país que usa o mesmo sistema de medição), constatamos exactamente a mesma tendência, com a particularidade de Portugal apresentar agora a quota de Pageviews mobile correspondente à apresentada pela Bélgica há cerca de 2 anos. A título de curiosidade, constata-se também a lusa particularidade de agosto, mês em que, sistematicamente, o mobile cresce, resultado das férias e do consequente maior acesso ao telemóvel/tablet do que ao PC. Este comportamento não se constata, de forma tão concentrada, nos restantes países europeus de que dispomos de dados. No universo mobile, o embate Android - iOS mantém uma evolução relativamente suave, o que não significa uma estagnação dos respectivos pesos. Segundo os nossos dados, os equipamentos de base Android continuam, paulatinamente, a aumentar a sua quota de consumo.

Na nossa análise das quotas de fevereiro último, comparativamente aos homólogos dos 4 anos anteriores, constata-se que o IOS perde 4 p.p., distribuídos de forma relativamente homogénea ao longo do quinquénio. A comparação com outros países europeus (ver gráfico comparativo com a Bélgica) mostra que a tendência de crescimento Android não é específica ao nosso país. No caso apresentado, a evolução é ainda mais acentuada, com o iOS líder durante muitos anos, perdendo esse estatuto de 2015 para 2016 até atingir uma quota de um terço no mês passado. Assim, e salvo uma inversão ou revolução tecnológica, é previsível que o sistema Android continue, nos próximos anos, a conquistar quota de World Wide Web ao ecossistema da empresa dirigida por Tim Cook. O netAudience, é um sistema híbrido de medição de audiências de Internet, com elevado grau de integração e interdependência de 3 fontes independentes de recolha de dados: netScope (dados site-centric, com medição em PC, phone e tablet), mega panel (dados user-centric, com medição em PC, phone e tablet) e meter panel (dados user-centric, com medição em PC apenas). É desenvolvido pela Marktest em parceria com a Gemius (Marktest.com, Março de 2019)

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