Tim Berners-Lee criou a World Wide Web há 30 anos, motivo para uma
análise da Marktest sobre a expressão do mobile como plataforma de web. Comemora-se
oficialmente no dia 12 de março os 30 anos da World Wide Web: três décadas de
revolução profunda no quotidiano de todos e no acesso e partilha de informação.
Se, nos primórdios, a WWW ia progressivamente ligando dados em mainframes e
pesados computadores desktop, rapidamente se expandiu acompanhando a
democratização dos computadores pessoais e, também progressivamente, alargou a
sua disponibilidade a outra grande revolução digital: a plataforma mobile, que
hoje é ubíqua e disponível em qualquer momento ou lugar. Aproveitamos esta
comemoração para analisar alguns dados Marktest sobre a expressão do mobile
como plataforma de web. Ao longo destes 30 anos, os computadores pessoais foram
alterando a sua hegemonia como plataforma de acesso à Web. A revolução mobile
veio desafiar esse domínio, conseguindo quotas crescentes, especialmente nos
últimos anos. Em Portugal, o mobile estreou-se como líder no total de Pageviews
auditados netAudience durante o pico de férias do ano passado – agosto, com uma
quota de 51.5%. O tráfego PC voltou a liderar com o retorno dos portugueses ao
ritmo de trabalho dos meses seguintes, mas mantendo a sua trajectória
descendente.
No Natal - 2º período - mais forte de férias anuais- o mobile volta a
conquistar a primeira posição (50.4%). Mas agora não volta a perder o topo do
pódio, mesmo com a entrada do novo ano e o retomar do trabalho. 2019 parece,
assim, vir a ser o primeiro ano em que a liderança do mobile será plena. Nos
dois primeiros meses, o PC não ultrapassa os 49%. E, se atendermos à tendência
de longo prazo manifesta deste março de 2015 (ver gráfico), os computadores
pessoais deverão manter a tendência decrescente. Esta tendência não é,
naturalmente, uma particularidade do mercado nacional. Indicadores
internacionais globais e também por países, apresentam a mesma tendência.
Se compararmos os dados lusos com os de outros países europeus,
constatamos que a principal diferença será o desfasamento temporal no atingir
de cada quota. Por exemplo, na comparação com a Bélgica (país que usa o mesmo
sistema de medição), constatamos exactamente a mesma tendência, com a
particularidade de Portugal apresentar agora a quota de Pageviews mobile
correspondente à apresentada pela Bélgica há cerca de 2 anos. A título de
curiosidade, constata-se também a lusa particularidade de agosto, mês em que,
sistematicamente, o mobile cresce, resultado das férias e do consequente maior
acesso ao telemóvel/tablet do que ao PC. Este comportamento não se constata, de
forma tão concentrada, nos restantes países europeus de que dispomos de dados. No
universo mobile, o embate Android - iOS mantém uma evolução relativamente
suave, o que não significa uma estagnação dos respectivos pesos. Segundo os
nossos dados, os equipamentos de base Android continuam, paulatinamente, a
aumentar a sua quota de consumo.
Na nossa análise das quotas de fevereiro último, comparativamente aos
homólogos dos 4 anos anteriores, constata-se que o IOS perde 4 p.p.,
distribuídos de forma relativamente homogénea ao longo do quinquénio. A comparação
com outros países europeus (ver gráfico comparativo com a Bélgica) mostra que a
tendência de crescimento Android não é específica ao nosso país. No caso
apresentado, a evolução é ainda mais acentuada, com o iOS líder durante muitos
anos, perdendo esse estatuto de 2015 para 2016 até atingir uma quota de um
terço no mês passado. Assim, e salvo uma inversão ou revolução tecnológica, é
previsível que o sistema Android continue, nos próximos anos, a conquistar
quota de World Wide Web ao ecossistema da empresa dirigida por Tim Cook. O
netAudience, é um sistema híbrido de medição de audiências de Internet, com
elevado grau de integração e interdependência de 3 fontes independentes de
recolha de dados: netScope (dados site-centric, com medição em PC, phone e
tablet), mega panel (dados user-centric, com medição em PC, phone e tablet) e
meter panel (dados user-centric, com medição em PC apenas). É desenvolvido pela
Marktest em parceria com a Gemius (Marktest.com, Março de 2019)
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