Quem lê isto pergunta se é do "malho ou do malhadeiro". Sem
ter ainda percebido bem a utilidade do CGI neste contesto da RTP (uma
"obra de arte" herdada do "passismo" e parida pelo agora
comentador Poiares Maduro no tempo em que tínhamos mais filósofos que políticos
no governo que tão bem serviu a troika para deixar este legado a estes agora
chegados...), empresa pública detida 100% pelo estado, tenho percebido, isso
sim, que o CGI ultimamente virou gaiola de papagaios dispensáveis e
inconvenientes. Primeiro foi a forma como se envolveu na polémica sobre o
contrato da RTP versus FPF defendendo o indefensável em torno desta estranha
negociata. Depois foi um membro do CGI a adjectivar um treinador de futebol de
uma forma javarda e imprópria. Agora esta constatação que para alguns há muito
era uma evidência, sobretudo desde Abril ou Maio de 2018. Afinal em que
ficamos? Da minha parte prometo que vou fazer um enorme esforço, no fundo
continuando na mesma senda, para finalmente perceber como é que uma empresa
pública como a RTP se dispersa internamente num sem número de órgãos
estatutários e outros para-estatutários...
Mais do que uma situação de ser juiz em causa própria - ou seja apesar
de ter opinião, e o direito a tê-la, há que saber escolher o timing adequado
para expressar o seu pensamento e o contexto em que o faz - há que ter presente
que cabe sobretudo aos membros das estruturas, neste caso do CGI, demonstrarem
por facto concretos, nomeadamente posturas, que estão acima de tudo o resto e
que constituem uma mais-valia efectiva para a RTP e para o chamado serviço
público de televisão a precisar urgentemente de uma redefinição teórica mais
concreta num mundo comunicacional onde a RTP deixou de ser única para ser
apenas mais uma, e por sinal nem sequer a mais preponderante e influente em
termos de audiências. Algo que eu, que há 40 anos estou nesta área da
comunicação social e, portanto, já vi muita coisa acontecer e passar à minha
frente, não me convenci ainda. Porventura nunca atingirei esse desiderato. Enquanto isso, questiono-me sobre se determinadas atitudes, se um mediatismo exagerado e impróprio (pela altura escolhida) não acabam, conjugados, por constituir perigosos tiros-nos-pés.
fonte: Expresso
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