terça-feira, junho 18, 2019

Alguns dos deputados que vão deixar o Palácio de S. Bento

São já vários os deputados, de todas as cores políticas, que anunciaram que no próximo mandato não vão fazer parte do elenco dos 230 deputados da Assembleia da República. Entre motivos pessoais, envolvimento em casos de justiça ou divergências com as atuais direções dos partidos são várias as razões que levaram os deputados a decidir sair do Parlamento. Dos cinco partidos com assento parlamentar é no PSD onde deverá haver mais saídas. 
Paula Teixeira da Cruz, PSD
A ex-ministra da Justiça decidiu que não se vai recandidatar a um próximo mandato como deputada. Uma decisão que Paula Teixeira da Cruz avançou ao SOL no início deste mês depois de ter confessado que o Parlamento tinha sido o “pior sítio” da sua atividade política. A decisão da antiga governante passa ainda pelos critérios que definem o perfil dos candidatos do PSD para as próximas legislativas, onde está incluída a lealdade à direção. “Sou um ser livre, não dependo de ninguém”, frisa. 

Leitão Amaro, PSD
O ex-secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, anunciou que, ao fim de sete anos no Parlamento não se vai recandidatar a um próximo mandato como deputado. Mas, o ex-governante que é um dos vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD, promete que não vai “abandonar a vida política” frisando que “não é só no Parlamento que se faz política”. A decisão do deputado já foi comunicada ao presidente do partido, Rui Rio, ao presidente da bancada parlamentar, Fernando Negrão e à distrital de Viseu. 
Manuel Frexes, PSD
Uma semana depois das eleições europeias, que se realizaram a 26 de maio, o presidente da distrital de Castelo Branco enviou uma carta aos militantes a anunciar que não se vai recandidatar ao cargo de deputado. Manuel Frexes é arguido num inquérito do MP que investiga crimes de prevaricação e participação económica em negócio, havendo a suspeita que o ex-autarca do Fundão terá recebido ilicitamente um apartamento em Lisboa. Manuel Frexes considera “inaceitável” e “insuportável” a “condenação mediática” a que está sujeito.
Maurício Marques, PSD
Também o ex-líder da distrital de Coimbra decidiu que vai cumprir este mandato de deputado até ao fim e que não se vai recandidatar. A decisão de Maurício Marques foi tomada em janeiro depois de se ter demitido da direção da distrital alegando haver uma “quebra de confiança” face à direção de Rui Rio. Maurício Marques foi um dos apoiantes de Pedro Santana Lopes na disputa pela liderança do partido. Nessa altura, o social democrata disse que “não estão criadas as condições” para continuar a trabalhar. 
Sérgio Azevedo, PSD
O ex-vice-presidente da bancada do PSD é outro dos casos que, ao fim de oito anos, vai deixar o Parlamento. Sérgio Azevedo quer dedicar-se ao doutoramento em Direito e Segurança, que frequenta na Universidade Nova, e exercer a sua atividade profissional como advogado. Sérgio Azevedo - que também foi um dos apoiantes de Santana Lopes à liderança do PSD - é um dos envolvidos no caso Tutti Frutti que investiga a suspeita de esquemas de juntas de freguesia que favoreciam empresas com contratos. 
Pedro Soares, BE
O cabeça-de-lista do BE por Braga também vai deixar o Parlamento. Pedro Soares alega, sobretudo razões pessoais, para a sua decisão mas, em entrevista ao Público, aponta ainda razões políticas sobre as quais falará depois das legislativas. O membro do Conselho Nacional diz que “não há condições para uma nova geringonça” e salienta que é “decisivo para o futuro do BE” que “na próxima legislatura fiquem muito claras as diferenças entre o BE e o PS”. No horizonte, Pedro Soares tem o regresso à Universidade de Lisboa onde dá aulas. 
Fernando Jesus, PS
Ao fim de 20 anos no Parlamento, o socialista Fernando Jesus não se vai candidatar a um novo mandato como deputado. Mas garante que vai continuar “atento” à vida política. Em jeito de despedida, o partido organizou um almoço na Alfândega do Porto onde quatro ministros marcaram presença: Pedro Nuno Santos, ministro da Habitação e das Infraestruturas, Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, Matos Fernandes, ministro do Ambiente e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna.
Wanda Guimarães, PS
A deputada socialista, que se destacou na direção da UGT, também já anunciou que não se vai recandidatar ao cargo no próximo mandato. Wanda Guimarães, uma das vice-presidentes da bancada socialista, era a responsável pelas pastas do Trabalho e da Segurança Social. Aos 75 anos, era a deputada em funções com mais idade. O seu último discurso foi proferido no final de maio e aproveitou a ocasião para fazer um pedido: “Não ponham os velhos em guetos, como fizemos anos a fio com as mulheres”. 
Caldeira Cabral, PS
O ex-ministro da Economia é outro dos casos que não se vai recandidatar ao cargo de deputado. Isto porque, o Governo nomeou Caldeira Cabral para administrador da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Caldeira Cabral garante que reúne condições de independência para assumir o cargo lembrando que não é filiado no PS e que fez parte do Governo “como independente” não tendo como objetivo “continuar na carreira política”. O ex-governante tem um mestrado em Economia Internacional e é professor na Universidade do Minho.
Renato Sampaio, PS
Ao fim de mais de 20 anos de vida parlamentar, o ex-presidente da distrital do Porto é outro dos deputados que pode estar de saída do Palácio de S. Bento. O i sabe que o deputado está em reflexão sobre o seu futuro na bancada socialista, não tendo sido comunicada ainda a sua decisão ao secretário-geral do partido António Costa nem ao presidente da bancada parlamentar Carlos César. Renato Sampaio é um dos deputados em funções mais próximo do antigo primeiro-ministro José Sócrates.    
Rocha Andrade, PS
Também o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e vice-presidente da bancada do PS pode estar de saída do Parlamento. Por motivos judiciais, Rocha Andrade pode estar impedido de continuar a exercer cargos públicos. Isto porque, segundo o Observador, o Ministério Público entende que o ex-governante - acusado no caso das viagens da Galp - “não tem idoneidade suficiente para exercer qualquer cargo público, nomeadamente para exercer o seu atual cargo na vice-presidência da bancada”.  
Mota Soares, CDS
Ao fim de cinco mandatos como deputado, o ex-ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social também não se vai recandidatar. Pedro Mota Soares era uma das apostas do CDS para eurodeputado mas não conseguiu ser eleito. E enquanto decorria a campanha e as eleições às europeias, o CDS fechou as listas de candidatos às legislativas, não incluindo Mota Soares. O ex-ministro é agora apontado como um dos possíveis sucessores a Cristas aos comandos do partido, sendo que Mota Soares já desempenhou vários cargos no partido.
Teresa Caeiro, CDS
Ao fim de mais de 15 anos, também Teresa Caeiro está de saída da vida parlamentar. A ex-secretária de Estado da Segurança Social e das Artes e dos Espetáculos dos governos de Durão Barroso e de Santana Lopes disse ao SOL que quer deixar a política porque não se quer “acomodar”. Durante os cinco mandatos que esteve no Parlamento assumiu vários cargos, entre os quais vice-presidente da Assembleia da República. No partido assumiu a vice-presidência durante a direção de Paulo Portas e de Assunção Cristas. 
Ilda Novo, CDS
Também a deputada Ilda Araújo Novo vai sair do Parlamento, não integrando as listas de candidatos do CDS às legislativas. Eleita por Viana do Castelo, Ilda Araújo Novo chegou ao Parlamento em substituição do então cabeça-de-lista Abel Baptista que, entretanto saiu do CDS. De futuro, a deputada - que é licenciada em Filologia Germânica pela Universidade do Porto - deverá voltar a dar aulas no ensino secundário. No partido, deverá continuar como vice-presidente da concelhia de Viana do Castelo (ionline)

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