sábado, setembro 20, 2014

Obras na na Madeira põem a descoberto silo do século XV

Li no DN de Lisboa um texto da Lusa segundo o qual "as obras de recuperação das infraestruturas afetadas pelo temporal de 20 de fevereiro de 2010, que estão a ser executadas na Ribeira Brava, Madeira, revelaram o que se admite ser um silo para cereais, datado do século XV. As obras em curso na canalização do leito da ribeira colocaram a descoberto uma enorme pedra que, segundo os técnicos, trata-se de "um silo, mais conhecido por matamorra, que servia para guardar cereais", disse à agência Lusa Filipe Bettencourt, historiador da Direção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) da Madeira. "Lapas (pedra escavada na rocha para guardar produtos) há muitas, mas um silo deste tipo é novidade", esclareceu. Daniel Sousa, arqueólogo da DRAC explicou que no trabalho de levantamento da estrutura foram "encontrados grãos" - não sabendo, no entanto, se se trata de trigo -, o que pressupõe que a "última camada de terreno pode indicar uma datação do início do povoamento da ilha, do século XV". O arqueólogo explicou que, quando se depararam com aquele achado, foram mandadas parar as máquinas envolvidas nos trabalhos. "Demos conta de que existiria toda a estrutura que está escavada na rocha, com sulcos a negativo, que vemos que são marcas de aluvião (picareta) aquando da construção desta estrutura", explicou. A análise por carbono 14 deverá ser feita mais tarde a "um fragmento de um osso", entretanto encontrado, e que poderá datar com mais exatidão o achado. A DRAC está a proceder ao levantamento topográfico e fotográfico para elaborar um modelo a três dimensões. Os especialistas admitem que, inicialmente, o silo era usado para guardar cereais - neste caso grão -, tendo sido depois abandonado "devido, eventualmente, a estar no leito da ribeira", sendo posteriormente aproveitado para guardar "instrumentos agrícolas". Daniel Figueiroa, Diretor Regional de Infraestruturas e Equipamentos referiu que a obra de canalização da ribeira da Serra de Água sempre esteve condicionada por causa do achado. "Os arqueólogos estão há muito tempo a trabalhar e a investigar essa pedra e a obra tem-se desenrolado à volta dessa pedra. Os muros estão a ser feitos a montante e a jusante da pedra", explicou. O diretor regional adiantou que a pedra está no leito da ribeira, não podendo lá continuar. "Normalmente, nestas situações, a DRAC faz o levantamento fotográfico e topográfico do que encontrou e nós vamos ter de remover a pedra", disse. Daniel Figueiroa assegurou que a obra não sofreu nenhum atraso por causa deste achado. "Os trabalhos estão a correr a bom ritmo e, aliás, até estão um pouco adiantados em relação ao prazo, apesar daquela zona estar condicionada", referiu"