sexta-feira, março 04, 2016

Opinião: incompatibilidades só para políticos? E o Gaspar? E a Albuquerque? Estou farto destes filhos da pu.... todos

O que se passou hoje com a contratação da ex-ministra das finanças por uma empresa inglesa que é dona de uma outra empresa em Portugal que joga com a desgraça alheia, mais concretamente com o Banif já em agonia - e desculpem a minha franqueza, mas estou farto destas máfias capitalistas e desta corja de bandalhos e filhos da puta que andam a roubar-nos a todos, a roubar, a  fomentar a corrupção, a ladroar todos os dias, a falir bancos, uns atrás dos outros, fazendo tudo isto porque contam com impunidade de um sistema político corrupto e cúmplice, contam com a almofada financeira multi-milionária garantida por governos submissos e rafeiros, constituídos por gente rafeira e sem nível e classe, contam com os milhares de milhões dos governos roubados aos salários, às pensões e reformas do povo e cortando responsabilidades do estado social.
Foi para uma dessas empresas mafiosas que, repito, vivem da desgraça alheia, que investiu no BANIF há um ano - quando Maria Albuquerque era ministra das finanças! - que esta senhora foi contratada, escassos meses depois de ter sido eleita deputada escassos meses ainda de ter sido apresentada como ministra das finanças do governo da geringonça de direita condenado ao fracasso mesmo antes de ter sido anunciado.
É preciso não ter vergonha. Se esta senhora tivesse um pingo de vergonha, que não tem,  se tivesse dignidade, que não tem - basta ver tudo o que fez ao longo dos anos em que esteve no governo - demitia-se imediatamente hoje, suspendia o mandato de cargo de deputada até que este caso de promiscuidade nojenta, porca mesmo, se esclareça.
Estou-me nas tintas para esta senhora que chegou a estar envolvida no escândalo das swaps que custaram milhares de milhões aos portugueses, apesar de ter conseguido safar-se de responsabilidades que lhe eram imputadas.
A ganância desta senhora é tal que nem foi capaz de esperar mais algum tempo, o tempo suficiente para que o escândalo do Banif seja esclarecido e para que as responsabilidades sejam apuradas. Esta senhora já foi acusada - pelo menos é suspeita, juntamente com Passos Coelho - de comportamentos abjectos relacionados com o sector bancário, acusada de ter escondido a grave realidade do sistema bancário empurrando com a pança para o futuro governo a procura de soluções, tudo para que o PSD não fosse penalizado nas eleições e as contas do estado e o respectivo défice público não entrassem em desequilíbrio antes do 4 de Outubro acelerando uma derrota previsível e que ficou expressa na perda de quase 800 mil votos e na perda de 25 deputados. A realidade é esta.
Afinal do que estamos a tratar?
A ex-ministra das Finanças de Passos Coelho arranjou um novo emprego, conforme foi anunciado pela Arrow Global Company, empresa sediada no Reino Unido e que se dedica a comprar e gerir dívidas. A ex-ministra será Director não executiva e começa a trabalhar já na próxima segunda-feira. Num comunicado da própria Arrow Global o presidente do conselho de administração, Jonathan Bloomer disse estar  “muito satisfeito” com esta contratação - pudera! - já que acredita que ela trará para esta organização “um capital de experiência em gestão de dívida”.
Maria Luís Albuquerque vai para uma empresa estrangeira que exerce a sua actividade em Portugal no sector que foi tutelado por ela. Uma promiscuidade vergonhosa e que ofende, desde logo, ela própria, apesar dos milhões que possa auferir.
É sabido, lembra o Sol,  que desde que deixou de ser ministra ela aceitou apenas dar uma entrevista sobre o caso Banif, na sequência da resolução do banco: "Os esclarecimentos que deu na altura não caíram bem na direcção do PSD, com alguns elementos da cúpula do partido a achar que as declarações da ex-ministra tinham sido infelizes".
Qual é afinal a ligação entre esta empresa e o BANIF? Tudo começou em 2014 quando a Whitestar Asset Solutions comprou ao Banif cerca de 300 milhões de crédito malparado, tendo o banco encaixado uma mais-valia de cerca de 40 milhões de euros. Lembro que nesta altura, Maria Luís era a representante do Estado no Banif, sendo que o Estado era já o maior accionista do banco. Um ano depois a Whitestar passou para as mãos da Global Arrow, uma empresa americana com sede no Reino Unido, que se dedica à aquisição e gestão de dívida pública e créditos bancários para os reestruturar e voltar a colocar no mercado novamente.
Acresce que a Carval – empresa também detida pela Whitestar – está a disputar com outras empresas a compra de créditos em risco e imóveis à sociedade Oitante, que reúne os ativos tóxicos do Banif os quais ficaram fora do negócio feito pelo Santander (estamos a falar de um valor potencial de compra da ordem do montante dos 1.500 milhões de euros). O que é curioso e revelador da dimensão desta patifaria é que o Banif contratou a dita Whitestar para avaliar esses mesmos activos. Ou seja, lembra o Sol, "a Whitestar, que pertence à Arrow Global, está a fazer a avaliação de activos num concurso no qual a Carval, também da Arrow Global, aparece como interessada". É neste universo que a ex-ministra das finanças resolveu negar qualquer incompatibilidade com o mandato de deputada e achar que esta contratação e normal. Não é, é uma vergonha para a política, para os políticos, para a política em geral, para a democracia portuguesa, para o PSD, para Passos Coelho que sempre lhe deu cobertura e que de certeza foi informado desta situação antes do anúncio da empresa. Esta senhora foi ilibada de qualquer envolvimento - ficou sempre a suspeita - na vergonha dos swaps que custaram milhares de milhões aos portugueses, mas agora não se safará do debate em torno desta vergonha. E das críticas que deviam levá-la à suspensão do mandato de deputada.
É que para além das questões éticas, de óbvias incompatibilidades que indiciam promiscuidade e podem fundamentar dúvidas e suspeições sobre relações porventura havidas ou negociatas pouco claras que porventura tenham existido enquanto a deputada em causa foi ministra. Não há provas documentais e factuais disso, mas que a suspeição e a dúvida está instalada, disso não duvidamos.
E nem falamos no período de nojo, o chamado período de tempo entre o final do mandato de ministro e o eventual exercício de funções privadas em estruturas empresariais ligadas aos sectores que foram tutelados pelos interessados enquanto foram ministros.
Gaspar é que deu o mote
Mas este comportamento não é novo no governo de Passos Coelho. Lembro que o ex-ministro das finanças, esse execrável Vítor Gaspar, demitiu-se em Julho de 2013 e depois deter andado uns meses a pastar no Banc(d)o de Portugal de quem era funcionário mas nada fazia, foi contratado pelo FMI em Fevereiro de 2014. Ou seja, o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar foi nomeado pela administração do Fundo Monetário Internacional para o cargo de director do departamento de assuntos orçamentais da instituição, tacho a que se candidatou logo depois de sair do Governo no Verão. Tudo isto escassos 11 meses depois de deixar a pasta das Finanças no executivo de Pedro Passos Coelho. 
O problema é que  Gaspar enquanto ministro das finanças mais do que ter sido um triste sopeiro da troika e de ter sido responsável por uma política orçamental bandalha e de ladroagem constante dos salários, pensões, reformas, etc, etc, lidou directamente com o FMI no quadro da troika, acabando por ter um tacho numa instituição com a qual trabalhou directamente, numa vergonhosa demonstração de promiscuidade que a esquerda idiota que agora ladra tanto por causa da ex-ministra das Finanças - tudo por causa do BANIF - nada fez.

Resta acrescenta que o execrável Gaspar recebe um salário de 23 mil euros mensais isentos de impostos. Acresce que o ex-ministro das Finanças, hoje com 55 anos, pode pedir a pré-reforma após trabalhar três anos no FMI, conforme determinam os seus estatutos. Mas caso o ex-ministro não opte pela pré-reforma então terá direito aos 65 anos à pensão completa que corresponde a 70 % do salário. O salário de 23 mil euros por mês que Gaspar irá receber no FMI é isento de impostos, uma vez que o ex-ministro não é considerado residente em Washington (LFM)

Sem comentários: